quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O 4º poder mais uma vez foi derrotado, não que merecesse ou desmerecesse esta derrota, porém mais uma vez ficou clara a intenção da mídia derrubar um aliado do planalto seria mais uma tentativa de atingir o presidente Lula. Não acho que Renan Calheiros mereça a absolvição, mas não merecia a cassação tanto quanto outro senador, ou melhor ex-senador. Um caso que até hoje é proibido nas redações dos grandes veículos de comunicação. A pulada de cerca vai entrar para a história, e o maior arrependimento de Renan certamente não será a "pualda de cerca", não, O presidente do senado não está sendo julgado pelo adultério, mas sim por ser aliado do Lula. Confira o que diz a matéria do jornalista Leandro Fortes de Carta Capital e repercutida no blog "O cata-milho'

Picadeiro das ilusões – O caso Calheiros é mais um em que a imprensa opta pelo espetáculo", comenta: "A rumorosa pulada de cerca do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda carente de provas sobre atos de corrupçăo, serviu para colocar em plano secundário as notícias sobre a Operaçăo Navalha da Polícia Federal". Năo apenas ela. A oposiçăo conseguiu duas CPIs do Apagăo Aéreo, uma na Câmara Federal e outra no Senado. Agora ambas também estăo em plano secundário!

Segundo Leandro Fortes, "o mundo ideal de Renan Calheiros" começou a se complicar depois que ele conheceu e se encantou pela jornalista Mônica Veloso, apresentadora do DF TV, jornal da TV Globo no Distrito Federal (Brasília). O jornalista revela: "[Mônica] Năo marcou época na televisăo, mas virou xodó de políticos poderosos. O primeiro deles, também casado, foi Luís Eduardo Magalhăes [filho de ACM], ex-presidente da Câmara, falecido em 1998". A Folha noticiou que ela ainda recebe pensăo alimentícia do ex-marido, com quem teve filho. Portanto, uma vida movimentada e que teve cobertura da imprensa. O mesmo năo aconteceu com o filho de Fernando Henrique Cardoso. Ele manteve uma relaçăo com Miriam Dutra, nascendo Tomás, em 1991. Essa rumorosa pulada de FHC, diferentemente desta de Renan, năo mereceu divulgaçăo na mídia. Silêncio comprometedor, como veremos.A primeira vez que li sobre o assunto foi no livro "A História Real –Trama de uma sucessăo", de Gilberto Dimenstein e Josias de Souza, publicado em 1994. Os autores revelaram que Quércia, "tendo sua honra como alvo de ataques", decidiu municiar-se de informaçơes sobre os adversários, entre eles FHC. "Estou cansado de apanhar calado", justificou

Na página 152, temos essa revelaçăo: "Quércia, de fato, dispunha de informaçơes sobre o caso Miriam Dutra, cuja paternidade do filho, Tomás, atribuía-se a Fernando Henrique. A própria Miriam havia confidenciado o segredo de polichinelo às amigas de Brasília. Fernando Henrique negava. E Miriam, discreta, năo repetia publicamente o que dissera na intimidade. O alto comando da campanha tucana temia pelo efeito da informaçăo. Năo apenas sobre a opiniăo pública, mas sobre a vida do casal Cardoso. (...) Ruth [Cardoso] ficou deprimida ao saber sobre Miriam Dutra. (,,,) Numa conversa definitiva com Ruth, Fernando Henrique reconheceu que tivera o relacionamento com a jornalista. Mas negou a existência de um filho. Afirmou que, quando a criança nasceu, já estavam separados". Um parênteses. Renan teve a hombridade de reconhecer a filha! Depois dessa revelaçăo em livro, a mídia, estranhamente, nada noticiou.
A năo ser a revista Caros Amigos, em abril de 2000, que fez uma ampla reportagem com o título:
"POR QUE A IMPRENSA ESCONDE O FILHO DE FHC COM A JORNALISTA DA GLOBO?" Sebastiăo Nery, no artigo "O filho de dois tracinhos", publicado no Diário Popular – hoje Diário de S. Paulo – de 16/4/2000, comenta a repercussăo dessa reportagem: "Năo há gabinete de Brasília, no Congresso, Judiciário e Executivo [na época FHC era presidente] que năo tenha a revista. Seis densas páginas, ótimo texto e a história integralmente contada, inclusive com declaraçơes de Myriam. E o documento devastador: o registro só com o nome da măe. No lugar do nome do pai, dois tracinhos."
Em Mogi Guaçu, o jornalista André Luís Paes Leme, no artigo "O desafio de ser um país incorruptível" (31/5/2007) também estranhou o silêncio da imprensa sobre essa "rumorosa pulada de cerca" de FHC. No tópico OPERAÇĂO ABAFA, o jornalista observa: "Outro caso famoso envolvendo um político famoso e jornalista igualmente famosa foi o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Miriam Dutra Schimidt. Em 26 de novembro de 1991, o entăo senador FHC foi pai de um menino chamado Tomás Dutra Schimidt, fruto de um relacionamento com Miriam, jornalista da poderosa Rede Globo. Estranhamente, a jornalista sumiu de Brasília com o filho. Hoje, pelo que consta, mora em Barcelona (Espanha), em um dos mais caros e sofisticados condomínios da Europa. Porém, ninguém se deu ao trabalho de investigar quem paga a pensăo alimentícia de Tomás ou as mordomias de Miriam. (...) Também é estranho o silêncio da imprensa em relaçăo a isso. Será que foi por causa do Proer das Comunicaçơes de 2000 ou da isençăo do CPMF aos meios de comunicaçăo em 1994? Seja como for, Lula, Collor, Quércia e Renan tiveram seus relacionamentos pessoais escancarados, mas FHC năo". Dois pesos e duas medidas!
A imprensa está certa em noticiar, com destaque, a "rumorosa pulada de cerca" do senador Renan Calheiros. Entretanto, é condenável o silêncio sobre a "rumorosa pulada de cerca" de Fernando Henrique. Os motivos desse estranho silêncio seriam mesmo as medidas de FHC favoráveis aos meios de comunicaçơes, conforme relatou Paes Leme?

RENAN ABSOLVIDO

Numa sessão histórica, cercada de tensão e tumulto, com brigas, socos e até uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a presença de deputados no Plenário do Senado, os senadores absolveram - por 35 votos pela perda do mandato, 40 pela absolvição e 6 abstenções -o presidente da instituição, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro e, assim, mantiveram o mandato do parlamentar.
É a primeira vez na história do Senado que um presidente da instituição é julgado pelo Plenário por quebra de decoro parlamentar. Para ser aprovado, o projeto de resolução que decretava a perda de mandato de Renan e que foi votado em sessão secreta, precisava do voto favorável da maioria absoluta dos 81 senadores; ou seja, pelo menos 41 parlamentares.
Esse foi o primeiro dos três processos que Renan respondia por quebra de decoro parlamentar, todos com base em denúncias publicadas pela revista Veja. Segundo o periódico, Renan tinha parte de suas despesas particulares pagas por um funcionário da Construtora Mendes Junior. A revista se referiu especificamente a uma pensão alimentícia mensal de R$ 12 mil paga à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha de três anos. Com a rejeição do projeto de resolução e conseqüente manutenção do mandato parlamentar de Renan, osdemais processos continuam tramitando no Conselho de Ética.

DIA DECISIVO


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